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Governador decreta hoje lockdown em Goiás, veja novas regras e penalidades



“Teremos que fazer um mutirão de forças para não chegarmos ao numero de óbitos projetados. Não podemos admitir, é imoral, desumano”, reforça Caiado após especialistas apresentarem projeções de casos e óbitos para o Estado


Após reunião com prefeitos e especialistas na área da saúde e epidemiologia, na manhã desta segunda-feira, 29, o governador Ronaldo Caiado pediu mais responsabilidade aos gestores e falou que, se tiver competência junto o Supremo Tribunal Federal (STF), decretará modelo 14×14 no Estado.

“Se não temos como chegar a 2 mil leitos e chegaríamos só a 600 leitos, considerando que temos acidentados e outros problemas de saúde, diante desse quadro não dá mais para achar que a situação pode ser levada como esta sendo feita. Não dá para esperar chegar o dia 15 de julho sem que os prefeitos saibam que rumo devem dar a seus pacientes. Quem abriu [flexibilizou as atividades via decreto municipal], deve rever essa posição”, disse.

Caiado considerou que, nesse momento, “não existe outra maneira [de enfrentar o vírus sem isolamento e rastreamento dos portadores. Para ele, a melhor utilidade para as verbas federais seria a contratação de exames mais conclusivos para que os sintomáticos e bairros com maior incidência possam ser testados”.

“Teremos que fazer um mutirão de forças para não chegarmos ao numero de óbitos projetados. Não podemos admitir, é imoral, desumano. Não posso aceitar, como governador, que haja omissão das autoridades. Precisamos de uma ação dura, as consequências virão com crise no comercio e crise na indústria mas não pode faltar alimentos e a vida com dignidade e um leito hospitalar no momento que as pessoas precisarem. Cada prefeito e prefeita responderá pelas pessoas no seu município”, acrescentou o democrata.

O governador também se comprometeu a fornecer todo o policiamento necessário ao optarem por adotar o regime 14×14 em seus municípios. “Todos terão meu apoio. Eu sou o único médico governador no país, me baseio na ciência, não vou insurgir do que a UFG está falando, que prefeitos e federações se posicionem neste momento”, acrescentou.

Por sua vez, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, listou algumas dificuldades enfrentadas para conter o avanço da pandemia em Goiás. “Temos uma alta ocupação de leitos, crescimento exponencial de casos confirmados, dificuldade nacional de aquisição de equipamentos e dificuldade de contratação e retenção de pessoas”.

Segundo Ismael, Goiás tem hoje atualmente 437 leitos de UTI, no início de 2019 eram apenas 269. “Já adianto que não conseguiremos chegar a dois mil leitos de UTI necessários segundo projeções da UFG. Precisaríamos de estrutura, equipamentos, medicamentos e pessoas. Não temos pessoas capacitadas em Goiás e no Brasil para suprir tal demanda em um curto intervalo de tempo”, disse Ismael.

Secretário mostrou ainda que os leitos de Covid-19 da rede estadual está em 77% de lotação, sendo que em muitos municípios 100% dos leitos estão ocupados. Em relação aos leitos gerais, a ocupação é de 86,67%. “Caso seja necessário, esses leitos serão utilizados, mas estão sendo poupados para continuar a atendendo a casos como acidentes , AVC e derrames”, pontuou. Ismael adiantou ainda que o governo irá divulgar uma nota técnica em que cancela as cirurgias eletivas da rede privada.




O governador Ronaldo Caiado (DEM) pediu apoio a prefeitos para o fechamento do comércio por 14 dias e, depois, a abertura pelo mesmo período. A declaração foi dada após a Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgar um novo estudo que estima um colapso hospitalar em julho, com a necessidade de 2 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e 18 mil mortes por Covid-19 até setembro.

"Se tivesse autonomia do Supremo, decretaria fechamento do comércio no esquema 14 por 14, em Goiás", disse o governador. No dia 15 de abril, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os municípios têm poder para determinar regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias em razão da pandemia. O governador ponderou, nesta manhã, que os prefeitos precisam rever as flexibilizações e ofereceu apoio da polícia, caso eles queiram adotar o fechamento já a partir de terça-feira (30).

"Isso é imoral, desumano, eu não posso aceitar que haja omissão de autoridades. A responsabilidade é de todos nós. Cada prefeito e cada prefeita vai responder pelo caos nos seus municípios. Reflitam bem, analisam bem. Fornecerei as minhas polícias a todos os prefeitos que quiserem que haja cumprimento 14 por 14", disse o governador. A UFG propôs a estratégia chamada 14 por 14, ou seja, o comércio ficaria fechado 14 dias diretos e, posteriormente, 14 dias em funcionamento, até setembro. A UFG estima que esta estratégia salvaria, em média, 9 mil vidas até setembro.

O governador disse ainda que aguarda posicionamento das autoridades municipais, seja publicamente ou por e-mail, para oferecer o suporte necessário para o fechamento do comércio.

Casos de coronavírus

Conforme último boletim epidemiológico, divulgado no domingo (28), o estado tinha mais de 22 mil casos confirmados de coronavírus, sendo 435 mortes.


Na live desta manhã, o secretário Estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, lamentou mais nove mortes na noite de domingo para esta segunda-feira só no Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, destinado ao atendimento de pessoas com suspeita ou caso confirmado de coronavírus.


Entramos em contato com a assessoria do HCamp para pedir um posicionamento sobre as mortes. O hospital informou que, por enquanto, vai divulgar apenas que, desses nove mortos, a maioria foi por coronavírus. A unidade não sabia estimar um número exato até as 11h31 desta segunda-feira.

Entenda o que é lockdown

Embora não tenha uma definição única, o lockdown é, na prática, a medida mais radical imposta por governos para que haja distanciamento social – uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa.

Veja as diferenças dos termos relacionados à reação à pandemia de Covid-19:

  • Isolamento social – é, em princípio, uma sugestão preventiva para todos para que as pessoas fiquem em casa

  • Quarentena – é uma determinação oficial de isolamento decretada por um governo

  • Lockdown – é uma medida de bloqueio total que, em geral, inclui também o fechamento de vias e proíbe deslocamentos e viagens não essenciais


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